Doação de Órgãos e a Possibilidade de uma “Nova Vida”
Doadores de órgãos podem estar fazendo mais do que salvar vidas. Eles podem estar dando uma “nova vida” para os receptores de transplante de órgãos. De acordo com as estatísticas de 2011 do Donate Life America, houveram 8.127 doadores falecidos e 6.017 doadores de órgãos vivos nos Estados Unidos, chegando a 28.535 transplantes de órgãos em geral. Os órgãos mais comumente transplantados incluem a córnea, rim e coração – sendo o transplante de coração o com maior taxa de sobrevivência após 5 anos de transplante, com 74,9%. O coração definitivamente armazena memórias através de codificações combinatórias por células nervosas, que permite o sistema sensorial reconhecer odores, de acordo com a teoria de memória celular.
Transplantes de Coração e Memória Celular
A Teoria da Memória Celular
O fenômeno de memória celular, mesmo ainda não sendo considerado como 100% cientificamente validado, é apoiado por vários cientistas e médicos. Os comportamentos e emoções do doador adquiridas pelo receptor são devido a memórias combinatórias armazenadas nos neurônios do órgão doado.
Evidências de Memória Celular em Transplantes de Coração
Transplantes de coração são os mais suscetíveis à memória celular, onde o receptor do órgão experimenta uma mudança no coração. Em um estudo publicado na revista Quality of Life Research, os pesquisadores entrevistaram 47 pacientes que receberam transplante de coração em um período de 2 anos em Viena, na Áustria. Os pesquisadores verificaram que 79% dos pacientes não perceberam que a personalidade havia mudado após a cirurgia, 15% perceberam uma mudança na personalidade devido à situação de ameaça à vida, e 6% confirmaram que uma mudança drástica na personalidade ocorreu com o novo coração. Mesmo que a porcentagem da mudança de personalidade devido ao novo coração ainda seja pequena, mais pesquisas foram feitas para validar a existência deste conceito.
Estudo sobre Mudanças e Paralelos com a Vida do Doador
Na Escola de Enfermagem da University of Hawaii, em Honolulu, pesquisadores buscaram avaliar se as mudanças ocorridas em receptores de doação de órgãos estavam em paralelo com a história do doador. Os pesquisadores focaram em 10 pacientes que receberam um transplante de coração e encontraram de 2 a 5 paralelos por paciente pós-cirurgia em relação à história do doador. Os paralelos observados no estudo foram mudanças nas preferências de comida, música, arte, sexo, recreação e carreira, além de associações de nomes e experiências sensoriais. No estudo, um paciente recebeu o coração de um homem que foi morto baleado na face, e o receptor relatou ter sonhos onde via clarões de luz diretamente na face.
Casos Reais que Apoiam a Teoria da Memória Celular
Aparte de estudos científicos, houveram vários casos reais que apoiam a teoria da memória celular. Claire Sylvia, uma receptora de transplante de coração que recebeu o órgão de um homem de 18 anos de idade que morreu em um acidente de moto, relatou ter tido desejo de cerveja e nuggets de frango após a cirurgia e que tinha sonhos recorrentes com um homem chamado Tim L. Buscando nos obituários, Sylvia encontrou que o doador do coração que ela recebeu se chama Tim e que ele adorava as comidas que ela estava tendo os desejos, de acordo com o livro que ela escreveu com o título A Change of Heart.
Transplantes de Fígado e Tipo Sanguíneo
Em um recente caso de possível memória celular, uma garota australiana, Demi-Lee Brennan, teve o seu tipo sanguíneo modificado após receber um transplante de fígado. Nove meses após o transplante inicial, os médicos descobriram que Brennan tinha seu tipo sanguíneo mudado e havia adquirido o sistema imune do doador devido às células-tronco no seu novo fígado serem transferidas para sua medula óssea. “Na realidade, ela teve um transplante de medula. A maior parte do seu sistema imune também foi trocada pelo doador”, relatou Michael Stormon, um hepatologista que a tratou no Children’s Hospital em Westmead.
Privacidade entre Doadores e Receptores de Órgãos
Um doador de órgão geralmente se mantém anônimo, pois o hospital opta por não revelar esta informação à família do receptor. De acordo com o U.S. Department of Health & Human Services, somente os provedores de saúde estão permitidos a compartilhar informações protegidas de doadores de órgãos com propósitos de tratamento ou de prevenir uso, ou divulgação inapropriados.